Pintar ou não pintar os cabelos durante a gravidez?
Tingir os cabelos na gravidez é sempre um assunto polêmico. De fato, é uma questão que divide a opinião dos especialistas. De um lado, os médicos que confiam nas fórmulas modernas, consideradas mais seguras, e defendem a teoria de que não há nada que comprove os riscos relacionados à tintura. De outro, os profissionais que preferem prevenir do que remediar, literalmente, por isso são contra esse nível de vaidade.
Mas nesse fogo cruzado, os dois lados concordam em um ponto: não se deve fazer uso de qualquer produto químico nos três primeiros meses de gestação, nem mesmo os considerados menos agressivos, como tonalizantes e henna. Passado esse período – que requer 100% de cautela e de distância das caixinhas de tinturas – a partir do quarto mês cada gestante deve seguir a orientação de seu ginecologista.

Coloração permanente é proibida até a hora do parto”, enfatiza o médico. “Amônia é perigoso, qualquer contato com essa substância é arriscado. A partir do quarto mês, libero henna e tonalizante e nos casos em que a gestante quer muito, eu permito que ela faça mechas, mas sem tocar no couro cabeludo”, relata Lister, evidenciando que esses cuidados devem fazer parte da rotina também durante a amamentação.
Para ele, a vida da mulher só volta ao normal quando o bebê estiver com seis meses, época em que ele libera a coloração permanente. “É coerente e seguro considerar tantas mudanças fisiológicas que acontecem na gravidez. A gestante, assim como o feto, não deve se expor a qualquer tipo de risco ou grau de irritabilidade excessivo”, acredita o técnico químico Celso Martins Júnior, diretor da Associação Brasileira de Cosmetologia.
Sobre o alisamento
Além das colorações, outro procedimento cada vez mais comum entre as mulheres, que assombra os médicos, com unanimidade, são os alisamentos à base de formol. “Basta lembrar que é proibido”, resume Valcinir Bedin. “O uso de formol pode ser fatal. Mesmo se a equipe do salão insistir que o alisamento deles é sem formol, a mulher não deve aceitar fazer, pois as substâncias que supostamente fazem o papel do formol também são extremamente nocivas.
A gestante tem que ouvir a opinião do médico, não do cabeleireiro”, destaca Lister de Macedo Leandro. Vale lembrar que o fato do salão comunicar que não tem formol não é garantia de não ter realmente.
O que as marcas dizem…
Questionadas por “UOL Estilo”, as marcas gigantes do mercado de coloração – L’Oréal e Wella – responderam que não recomendam coloração permanente para gestantes. Em relação aos tonalizantes, consideradas colorações temporárias e mais leves, as duas empresas também têm o mesmo posicionamento: todo produto químico utilizado por gestantes deve ser autorizado pelo médico. Em se tratando de gravidez, cautela, nunca é demais – até mesmo a Surya Brasil, líder do segmento de henna no país, recomenda que a gestante faça uso dessa categoria de coloração apenas com autorização médica.