Introdução alimentar BLW para bebês

Vocês já ouviram falar do chamado BLW Baby LED Weaning (Desmame Guiado pelo Bebê)? Esse processo consiste em oferecer a comida em pedaços e permite que o bebê se sirva sozinho. Interessante né?!

O método BLW teve o nome criado pela agente de saúde britânica Gill Rapley, autora do livro Baby-led Weaning: Helping Your Baby to Love Good Food (em tradução livre, Desmame Guiado pelo Bebê: Ajudando seu Filho a Amar Boa Comida) e tem ganhado cada vez mais adeptos pelo mundo. A ideia principal é não oferecer um prato diferente aos bebês, mas, sim, deixar que eles se sentem à mesa e participem das refeições familiares já a partir dos 6 meses de vida. Achei incrível a proposta! Os pais colocam os alimentos cortados ao alcance e eles escolhem quando e como levar os pedaços à boca.

Mudanças na papinha?

A recomendação oficial da Organização Mundial de Saúde é que os pais comecem a oferecer alimentos para complementar a nutrição com leite materno ou fórmula assim que os filhos completarem 6 meses. Os pediatras orientam que essa introdução seja feita com as tradicionais papinhas. “A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida com colher. Deve-se começar de forma pastosa (papas ou purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família”, prega o Manual de Orientação do Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.

Aos 6 meses, porém, eles já estariam mais preparados para praticar com alimentos que exigem mastigação. E as provas disso seriam as habilidades normalmente conquistadas nessa fase, como se sentar sem apoio, levar objetos à boca com as mãos e demonstrar interesse no que os adultos comem. Nos EUA esse tipo de alimentação é bem comum, até porque não existe tanta ajuda disponível como encontramos no Brasil.

Como fazer o BLW?

Depois de colocar o bebê sentado, junto à família, na hora das refeições, é importante disponibilizar alimentos apropriados. Pense em porções e formatos que a criança consiga pegar com as mãos e levar sozinha à boca. Cenouras cozidas e cortadas em forma de palitos ou ramos de brócolis, também cozidos, são boas alternativas. O caráter saudável é uma característica que merece destaque no método.

MÉTODO BLW: O que oferecer e o que não oferecer para o bebê

No início, é esperado que seu filho mais brinque com os alimentos do que coma. E tudo bem! Não se preocupe nem insista. Jamais o obrigue a comer, com prêmios, elogios, promessas ou distrações, muito menos com gritos, castigos ou ameaças.

Ele explica que, por mais que os bebês sejam expostos à comida, muitos levam um tempo até começarem, de fato, a se alimentar e é comum ingerirem quantidades pequenas até os 8 ou 9 meses. Às vezes, até mais tarde.

É preciso tempo

O último mandamento do BLW é justamente o de que não se deve apressar o bebê. Deixe que ele leve o tempo necessário para terminar de comer. Para evitar o estresse, escolha uma hora em que não esteja irritado ou com muita fome. Uma das grandes vantagens do BLW é que ele oferece aos bebês a oportunidade de conhecer diferentes texturas e sabores. A cada refeição, eles vivem experiências novas e desenvolvem a capacidade de diferenciar o que gostam do que não gostam, o que é impossível quando se trata das papinhas, em que os ingredientes se apresentam misturados, dificultando a identificação dos sabores.

Vantagens

O método estimula a autonomia desde cedo, já que permite escolher o que, quando e quanto se come. Um estudo publicado pelo British Medical Journal concluiu que bebês que se alimentam sozinhos têm menos risco de se tornarem obesos no futuro, em comparação com os que recebemas papinhas. A explicação? Eles desenvolveriam mais cedo a capacidade de regular o próprio apetite e de identificar o momento em que estão satisfeitos. Sem contar que ganham a chance de praticar a coordenação motora e as habilidades sociais, ao participar das refeições em família.

Não é perigoso engasgar?

Essa é uma das perguntas mais ouvidas por quem opta pelo BLW. O mais frequente é o chamado gag reflex, um reflexo frequente quando as crianças ainda estão se habituando com os alimentos sólidos. A diferença é que, nesse caso, o bebê não fica com a passagem de ar obstruída. Ele apenas se atrapalha – às vezes, os olhos enchem de lágrimas por alguns instantes –, mas ele mesmo consegue manejar o alimento e desengasgar rapidamente.

Rapley garante que, contanto que o bebê esteja sentado, ereto, e mantenha controle sobre o que entra na sua boca, não existe risco aumentado de engasgar como BLW.

Mas, para evitar situações de aperto, é importante que os pais não tentem ajudar a criança a comer, segurando o alimento em sua boca. Se ela não consegue fazer isso sozinha, provavelmente, não está pronta para lidar com aquele determinado item de forma segura. Também é normal que a comida caia no chão, de início, porque a habilidade de levar o alimento ao fundo da boca para engolir se desenvolve depois da capacidade de morder e mastigar.

Dicas

Para facilitar, as mães recomendam dois truques. O primeiro é esquecer o prato, pelo menos no começo, quando o objeto desperta na criança tanto interesse quanto os alimentos em si – um dos primeiros impulsos do bebê é virá-lo para olhar o fundo. E lá se vai toda a comida. Limpe bem o cadeirão antes e depois das refeições e disponha o alimento direto na mesinha. A segunda dica é forrar o chão, onde você colocará a cadeira, com um plástico. Assim, fica mais fácil recolher a sujeira. Mas não se preocupe. Seu filho adora imitar vocês e é um observador atento. Antes do que imagina, ele vai aprender direitinho!

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